Com Andrea Fascetti Diretora Global de Serviços de Imigração da Crown World Mobility & Haroldo Modesto, Director da Crown Brasil.
Brasil abre fronteira enquanto muda o perfil de expatriados no mundo
Viagens curtas para congressos e reuniões foram deixadas de lado e cresceram transferências para períodos mais longos
Muitas fronteiras ainda continuam fechadas para a entrada de pessoas, mas a China, por exemplo, que chegou a barrar completamente a entrada de visitantes, já liberou a entrada no país de pessoas vacinadas. Apesar de ainda ter uma situação grave, o Brasil já flexibilizou a entrada de estrangeiros.
“As transferências estão acontecendo aqui no Brasil. No período mais crítico da covid-19, cada caso era analisado em separado e, apesar deste adicional de burocracia, a entrada era liberada, sem grandes problemas”, relata Haroldo Modesto, Diretor no Brasil da Crown World Mobility.
Outros países ainda exigem testes feitos 72 horas antes de cruzar a fronteira, além de quarentena obrigatória, com comprovante de pagamento do hotel referente aos dias confinados. Estes hotéis fiscalizam se o viajante cumpriu o isolamento exigido.
A Crown realiza por ano cerca de 120 mil transferências de executivos e funcionários de empresas de atuação global. Andrea Fascetti, diretora de serviços de imigração da companhia, lembra que, durante a pandemia, foi preciso enfrentar situações mais complexas, com fronteiras completamente bloqueadas para entrada e saída de pessoas.
“Com tantos países e cada um com suas regras, a empresa usa da experiência para garantir a mobilidade de quem precisa se deslocar”, comenta.
A especialista diz que a pandemia fez cair 7% o número de vistos emitidos para profissionais. Apesar disso, o desempenho da companhia se manteve estável, em comparação com o período antes da covid-19.
Tempo de permanência
A pandemia impactou também no tempo de permanência dos executivos e funcionários de empresas fora de seus países de origem. Segundo levantamento da Crown, antes do surgimento da covid-19, vistos para 90 dias de permanência no país, à trabalho, eram recorrentes, mas com a chegada da pandemia muitos países passaram a negar este tipo de autorização.
“Muitas pessoas viajavam a congressos, reuniões, por isso buscavam vistos mais curtos. Hoje, é preciso ficar períodos mais longos, de um ou dois anos, o que demanda maior burocracia, como no caso do Brasil”, explica Andrea.
A consultora também relata a necessidade de ter agilidade na apresentação dos documentos. É o caso dos Estados Unidos, porque há o risco de mudança “muito rápida” de exigências.
A companhia também monitora a situação em cada país. A Crown afirma que o fluxo de deslocamentos pelo mundo varia de acordo com a situação em cada território.
“Dependendo do avanço da doença, as fronteiras podem fechar e as regras ficam mais rígidas. Enquanto a entrada nos Estados Unidos era mais limitada, as transferências internacionais se concentravam em outros continentes, para Ásia, Europa“, diz.